24 de novembro de 2011

The Wealth of Indignations

It ain’t the beginning
neither the end
We’re on the streets
from Egypt to Japan
Not in need of dome’s opinion
growing everyday - we’re the solution
Since the golden age we’ve screamed
and they call it “cataclysm”
‘Cause we weren’t born to complain,
“how do they dare to question our domain?”

Rising in Arab Spring, non-stopping
don’t wait for the Fall, ‘cause we gonna block it
They wanna prohibit us every single thing
even the water that you drink, maybe the air you’ll breath
health, education and whatever could you think
How long we gonna wait for it,
holding wide-open mouths down the faucet?

School taught us to love capitalism
if we don’t, they hunt us as terrorists
But that’s how democracy works like
accept the fact – forget how to fight
Day by day they gave bread and circuses
embrace us with speeches below the nimbus
They’ve took our microphones, but we have the “mic check!”
don’t be sad, misters: you gonna hear us

The Ghost of Tom Joad is possessing the people
creating the nightmare - you really should fear us
Feel the jam that’s moving and getting bigger
los indignados are pulling the trigger

They laugh at us ‘cause we’re sleeping in the square
call us riff-raff - we’re down, but aren’t rats
Sending black uniform crew – the dialogue is pretty fair
guns and pepper sprays – best argument
Our ammunition is what you have conceded
poverty, hunger, rage and brutality

The rightless power is flowing in Acampadas
when the war is declared they’ll become barricadas
We succeed in occupy Wall Street
we know who it serves and what it seeks
Brick by brick: we gonna tumble it
got radical changes in exchange for it

They keep in charge wearing their masks
surround attacks against riot acts
What ‘bout the right of living: aren’t we humans?
no, forever crawling and begging: “let’s feed the sub-humans!”
That’s why there ain’t conciliation:
dignity can’t be sold in pretty little rations
In class struggle we can take another road
there’s something to unfold
in the conflict we’ve got hope

Hey, masters, we don’t hate the humanity wealth
we just try to see beyond the privileges realm
For long centuries you’ve preserved inequality
the human gene isn’t fucking selfish
Don’t treat social issues as biological
you want us to think that we remain animals
99% – not talking about profits
that explains your media bullshits
why should we trust a simple word of it?

1 de outubro de 2011

Capitalismo e o fetiche da mercadoria


animação por STUDIO SMACK

"À primeira vista, a mercadoria parece uma coisa trivial, evidente. Analisando-a, vê-se que ela é uma coisa muito complicada, cheia de sutileza metafísica e manhas teológicas. Como valor de uso, não há nada misterioso nela, quer eu a observe sob o ponto de vista de que satisfaz necessidades humanas pelas suas propriedades, ou que ela somente recebe essas propriedades como produto do trabalho humano. É evidente que o homem por meio de sua atividade modifica as formas das matérias naturais de um modo que lhe é útil. A forma da madeira, por exemplo, é modificada quando dela se faz uma mesa. Não obstante, a mesa continua sendo madeira, uma coisa ordinária física. Mas logo que ela aparece como mercadoria, ela se transforma numa coisa fisicamente metafísica".

"O misterioso da forma mercadoria consiste [...] simplesmente no fato de que ela reflete aos homens as características sociais do seu próprio trabalho como características objetivas dos próprios produtos de trabalho, como propriedades naturais sociais dessas coisas e, por isso, também reflete a relação social dos produtores com o trabalho total como uma relação social existente fora deles, entre objetos. [...] A forma mercadoria e a relação de valor dos produtos de trabalho, na qual ele se representa, não têm que ver absolutamente nada com sua natureza física e com as relações materiais que daí se originam. Não é mais nada que determinada relação social entre os próprios homens que para eles aqui assume a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas".

Karl Marx
(Livro Primeiro, Tomo 1, p 197-198 - Nova Cultural)

13 de setembro de 2011

Cor do vento

Atravessamos
o paradoxo dos números
Concentração
de muita prata nas mãos de alguns
De pomposas
vidas de novelas
A quem rasteja
e respira a miséria

Enquanto o ponteiro dá suas voltas
os maravilhados só me perguntam

Se eu vejo discos voadores
se a cor do vento é borboleta
Se a aquarela do arco-íris
traz flores ao amanhecer

Tangenciamos
paradoxos inúmeros
Concentração
de muita terra sob alguns
De pomposas
vidas-cinderelas
A quem rasteja
e transpira a miséria

Enquanto o planeta dá suas voltas
os seres ilhados me declamam

Que a língua é um rio de sabores
cada segundo uma ampulheta
Derrama vários universos
que indefinem o meu ser

24 de agosto de 2011

Los tartamudeos II

¿Cuantas veces más necesitaré acostarme pensado que yo conozco las palabras, pero no domino los medios para hacerlas fluir? ¿Por cuantas noches cruzaré reflexionando sobre como mis caretas deben parecer feas y ridículas mientras yo “hablo”? ¿Bajo cuantas lunas me quedaré contentándome por no ser mudo y tener una estruendosa risa?

2 de julho de 2011

Morapitiara

Todo dia eu morro

não resisto à facada faminta
que, na falta do alimento,
encontra o sangue

faleço porque tenho uma porção de crias,
mas me faltam os meios dignos

Todo dia a vergonha me mata

pois vivemos num quando
que culpa a barriga miserável

e ameniza o fracasso dos ninguéns
dividindo, em parcelas igualitárias, a culpa entre todos

nos coramos porque existem aqueles
que bebem trocados
para sobreviver de maneira alguma

Todo dia matamos

não engatilhando revolveres,
apontando canivetes
ou porque escolhemos os líderes errados,
que tomamos como nossos piores exemplos

matamos por termos ficado cegos há tempos
ofuscando as contradições sociais
que deixam de ser fonte dos males cotidianos,
e passam a significar pluralidade do ser humano

Todo dia nós morremos

20 de fevereiro de 2011

Carro Beh e outras verdades I

A neve é a água
que gruda no algodão das nuvens
antes de despencar do céu
que é o teto do planeta

Quando chega na terra
toda água se transforma
parte em lagoas
outra em rios
e alguma até em mares

mas a água que prefiro
é a que vira lençóis
que trazem nossos sonhos