6 de outubro de 2013

Escrito sem-gaveta

Não quero escrever versos
que tenham serventia

que se guardem em gavetas
sob poeira e teias

poesia que seja povoada
por ácaros
tártaro
nem pelo abandono

quero-quero escritos sem serventia
                                nem servidão

que tomem emprestados
os dotes alados
de seres como borboletas

e possam ser lar
de ícaros
pássaros
e daquilo que não tem dono