Nada que me sai dessa caneta azul é meu
as curvilinhas
que invadem esse papel
não me são próprias
o que hoje sou-estou
não é o que me apetece
mas esse tanto
castelo-de-areia onde os grãos são pessoas
com um pouco que penso ter escolha
minha-eu
nesta tinta que marca um pouco do que vi(vi)
estão diluídas multidões que cruzaram o meu estar aqui
alguns, rostos nítidos
outros, silhuetas fuscas
presentes todos nos traços
que minha mão sozinha pinta