Receio
de me tornar aquilo que combato
Justificando falhas
em confortável distância dos fatos
A cada passo no raso
rio do desejo
Me revelo frágil
inapto
O que fazer quando a sede não cabe no copo?
Alimentar a chaga das que choram
Exercer domínio em nome da liberdade
aplaudir de pé tamanha debilidade
Se viver
significar insensível ser
Reificar
nosso querer esmagando corpos
Que respiram
por corações repletos de calos
Felicidade
é contradição sem os dois lados
Receio
mais uma noite em claro
Realçando diferenças
ela, prisão; eu, falo
Com toda frieza
esconderijo árduo
Indiferente, planejo
outro ato
O que fazer quando o rio não cabe no copo?
Afogar suspiros que imploram
Vivenciar prazer apesar da crueldade
aplaudir de pé como se fosse caridade
Se viver
é contradição sem os dois lados
Reificar
por corações repletos de calos
Que respiram
nosso querer esmagando corpos
Felicidade
significar insensível ser
8 de março de 2016
9 de janeiro de 2016
rua nova, rua crescente
as casas viraram escuridão
sem luzes, aparelhos e virtuais distrações
a energia se dissipava dos postes
e desabava nas crianças
elas (es)corriam às ruas
diversão quase cega, cavernosa
a cada passo dado contra o escuro
o esconde-esconde ficava fácil-fácil
os olhos traçavam as formas,
a imaginação se ocupava do resto
não havia minutos melhores pra se mirar os céus
quem saia de casa estrelava
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