Todo dia eu morro
não resisto à facada faminta
que, na falta do alimento,
encontra o sangue
faleço porque tenho uma porção de crias,
mas me faltam os meios dignos
Todo dia a vergonha me mata
pois vivemos num quando
que culpa a barriga miserável
e ameniza o fracasso dos ninguéns
dividindo, em parcelas igualitárias, a culpa entre todos
nos coramos porque existem aqueles
que bebem trocados
para sobreviver de maneira alguma
Todo dia matamos
não engatilhando revolveres,
apontando canivetes
ou porque escolhemos os líderes errados,
que tomamos como nossos piores exemplos
matamos por termos ficado cegos há tempos
ofuscando as contradições sociais
que deixam de ser fonte dos males cotidianos,
e passam a significar pluralidade do ser humano
Todo dia nós morremos
"não resisto à facada faminta
ResponderExcluirque, na falta do alimento,
encontra o sangue", isso foi tão forte e aparenta tão sincero. você escreve muito bem, amor. :) =*