Atravessamos
o paradoxo dos números
Concentração
de muita prata nas mãos de alguns
De pomposas
vidas de novelas
A quem rasteja
e respira a miséria
Enquanto o ponteiro dá suas
voltas
os maravilhados só me perguntam
Se eu vejo discos voadores
se a cor do vento é borboleta
Se a aquarela do arco-íris
traz flores ao amanhecer
Tangenciamos
paradoxos inúmeros
Concentração
de muita terra sob alguns
De pomposas
vidas-cinderelas
A quem rasteja
e transpira a miséria
Enquanto o planeta dá suas voltas
os seres ilhados me declamam
Que a língua é um rio de sabores
cada segundo uma ampulheta
Derrama vários universos
que indefinem o meu ser
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