29 de setembro de 2014

Tartamudeios IV

Quando tentou me questionar a razão por qual despejei o resto da farinha láctea que estava no meu prato, se sentiu impedido. Talvez uma pedra o engasgasse, ou não tivesse ar o suficiente para lançar as sílabas que lhe faltavam. O que pôde dizer é que não conseguia falar com seu tio... apesar do paradoxo escutado, eu lhe lembrei que ele sempre conversava com mais rapidez do que eu, lhe disse que ficasse tranquilo.

Outra vez, a tentativa não funcionou. Caiam mais pedregulhos? O vento estava tão rarefeito naquela cozinha? Ele não reuniu forças para dizer, porém para começar a chorar. Pouco tempo depois, quando se esqueceu do problema que tinha, expelia todos os tipos: oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas, e enquanto assim seguisse, estava curado dos tartamudeios.

Um comentário:

  1. Sucesso, Marquinhus!
    :)
    Sempre venho por aqui pra ler e reler seus escritos.
    Sou grata!

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